Pitaya: nasce um bom negócio na Serra Catarinense

De servidor público com estabilidade, a cultivador de pitayas. Uma fruta exótica e pouco conhecida, mas ao mesmo tempo, exuberante e comercializada com alto valor. Foi o que levou o ex-motorista da prefeitura de Cerro Negro, Ademir da Silva do Prado, a trocar de profissão e se tornar em pouco mais de três anos, o maior produtor de pitayas da Serra Catarinense.

Empreendedor nato, ele desafiou todas as adversidades para provar que na Serra Catarinense, a pitaya pode prosperar. O clima frio e o excesso de umidade, tidos como empecilhos pelo fato de a pitaya ser uma planta de local quente e árido, não afugentaram Ademir.

A propriedade Pitayas do Prado Fruticultura e Recanto Turístico, nas margens do lago do Rio Canoas, localidade de Barra do Salto, a cerca de 40 quilômetros do centro de Cerro Negro, hoje é referência na Serra Catarinense. A partir da próxima safra (24/25), deve produzir em torno de dez toneladas do fruto.

Na propriedade de quatro hectares herdada da mãe, que antes tinha como base produção de gado de corte, milho, moranga, melancia, uva e pêssego, hoje a pitaya é a principal fonte de renda. “Um amigo comentou sobre pitaya há cinco anos e resolvi empreender. Fiz uma breve pesquisa e foi amor à primeira vista”, conta o produtor.

Até aquela data, o único contato de Ademir do Prado com a fruta, havia sido na gondola de supermercado. “Não conhecia nem o sabor, mas achava a pitaya uma fruta diferente, bonita. Nunca comprei a fruta devido ao preço”, lembra o empresário.

Ao descobrir que o retorno do investimento no cultivo poderia ser de curto a médio prazo, Ademir resolveu apostar comercialmente, e com um ano de plantio, já tem planta produzindo. Segundo ele, é uma cultura recomendada para o pequeno e médio produtor rural, por ser cultivada com adensamento e comportar entre cinco e sete mil pés por hectare, através do sistema de espaldeira.

         

Meta é mais que duplicar a produção

Com produtividade anual média podendo chegar a 15 kg de frutos por pé, o produtor tem cerca de duas mil plantas de pitayas em atividade, numa área de meio hectare. Em 2024, produziu cerca de seis toneladas que foram entregues em estabelecimentos da Serra Catarinense e especialmente, para merenda escolar de cinco municípios. No próximo ano, ele tem como meta ultrapassar os dez mil quilos de produção.

“Quando iniciei o plantio com 400 mudas tinha um adensamento pequeno. Hoje avançamos bastante e melhoramos a produtividade. As plantas têm adubação orgânica e isso faz uma grande diferença”, afirma o produtor. Até ano que vem, ele quer mais que duplicar a área plantada na propriedade.

Ao mesmo tempo que cultiva, Ademir do Prado também comercializa mudas em toda região e deve fechar esse ano com cerca de sete mil mudas repassadas. O empresário está cada vez mais convencido de que a pitaya é a fruta do futuro, por suas propriedades nutricionais, baixo custo de produção, alto valor de venda e retorno rápido.

Forças da natureza em favor do negócio

A névoa que se forma nas margens do lago do Rio Canoas impede a formação de geadas severas. Com isso, os pés de pitayas não sofrem congelamento da seiva, o que permite o transporte de água, nutrientes, hormônios, oxigênio e gás carbônico pelo corpo da planta.

Superada a adversidade climática, a pitaya tem outro inimigo natural: o Percevejo-gaúcho, inseto nativo considerado a principal praga, mas que segundo Ademir, tem sido controlado sem dificuldades.

Com o custo médio de implantação de um hectare entre R$ 80 e 100 mil, o cultivo de pitaya está se consolidando como uma atividade plenamente viável e de fácil manejo, sem ser necessário mais que um casal na propriedade para conduzir o cultivo sem maiores dificuldades.

De olho em outro nicho de mercado proporcionado pela pitaya, o empresário abriu a lavoura para o colha e pague. “As pessoas têm curiosidade de conhecer o pé da pitaya e colher a fruta. Ficam encantadas”, afirma o produtor. Ele até decidiu investir num chalé, ao lado da lavoura para melhor receber os visitantes.

“Não tinha a menor ideia de como era o pé da pitaya, nem sabia que era tipo cacto. Estou maravilhada em pode colher e experimentar esses frutos aqui”, disse a visitante Camila Becker, moradora de Lages. Ela foi à propriedade especialmente para ter a experiência do colha e pague e levou para casa ainda, lindas fotografias para compartilhar nas redes sociais.

   

Fruta do futuro

A pitaya é uma fruta que tem vários benefícios para a saúde. Favorece a perda de peso e combate doenças como osteoporose, anemia, alterações cardíacas e gastrointestinais. Seus benefícios estão relacionados com o seu alto poder antioxidante, já que é rica em polifenois, vitaminas e minerais, que são importantes para proteger o organismo.

É uma fruta de sabor suave e doce, sendo relativamente comum em países da América Central, México e da América do Sul, assim como em Israel, Tailândia, Vietnam ou Malásia.

Também conhecida como fruta-do-dragão por ter formato de escamas em sua casca, sua floração ocorre entre os meses de dezembro a maio e tem duração de 12 a 15 horas no período noturno, com grandes flores brancas amareladas.

Rica em fibras, a fruta ajuda no funcionamento das células, previne o câncer, auxilia na digestão e na regulação da pressão arterial. Além de contribuir para o emagrecimento, saciando a fome. É por tudo isso, que seu preço médio de venda é R$ 15 o quilo nas regiões próximas de áreas de produção.

Fonte: Revista expressiva.

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