Um homem de 80 anos foi condenado a 20 anos de reclusão pelo crime de abuso sexual. O ato foi praticado contra os próprios netos. A sentença foi divulgada pelo Ministério Público nesta segunda-feira, dia 17 de maio. Devido a sua idade, o idoso poderá recorrer em liberdade. Ele terá prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico.
Lembre o caso
Em agosto de 2020, a mãe das crianças procurou a reportagem do Cruzeiro do Vale para relatar a situação e cobrar agilidade da justiça. Na época, ela convivia há quase cinco anos com a sensação de impotência de descobrir que dois dos seus filhos haviam sido abusados sexualmente dentro da sua própria casa.
Mãe lembra como descobriu os abusos
Quinta-feira, dia 1º de outubro de 2015. Era para ser mais um dia normal de trabalho. Porém, um bilhete da escola pedia que Aparecida* e o marido fossem até o educandário. Eles obedeceram e, na manhã seguinte, receberam a notícia que mudou o rumo de suas vidas: Joana*, na época com 12 anos; e Marcos*, com nove, haviam sido molestados pelo avô paterno. E o crime acontecia há bastante tempo.
A irmã mais velha das crianças foi quem contou na escola sobre os abusos. Ela havia descoberto recentemente. As palavras que Joana usou foram: “Vou te contar um segredo... espia pelo buraco”. Nesse momento, ela viu, através de uma abertura na parede, a irmã sem roupas sendo molestada pelo avô.
Do dia para a noite, a irmã mais velha se tornou parte importante desta história. Ela não foi abusada sexualmente, mas foi graças a ela que o crime foi descoberto.
Após a descoberta, as crianças contaram para a mãe que os abusos aconteciam há bastante tempo. “Ele passava a mão, pedia para abaixarem as calças e até teve relação com a menina”, detalha a mãe.
O crime deixou sequelas que Aparecida e os filhos vão carregar pelo resto da vida. Joana segue com as atrocidades vivas na memória. Já Marcos convive com consequências ainda piores. “Ele é agressivo, revoltado. Vai ao psiquiatra, tem acompanhamento médico e toma remédio controlado. Tem muitas sequelas. Além disso, sofre de autismo, que se manifestou ainda mais após o crime”, conta.
O homem teve a prisão decretada no dia 9 de março de 2017 e, desde então, estava foragido. O mandado de prisão foi colocado em um banco de dados nacional e ele foi localizado recentemente. Agora julgado, cumpre a pena pelo crime que cometeu.
Redação: Informações cruzeirodovale.
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