Catarinense será primeira mulher assistente em jogo fora do Brasil

Catarinense será primeira mulher assistente em jogo fora do Brasil

Neuza Back está escalada para o duelo entre Peñarol e Vélez Sarsfield, que acontece nesta quarta-feira (4), no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.

A carreira da catarinense Neuza Back ganhará mais um capítulo de sucesso. Nesta quarta-feira (4), ela se tornará a primeira mulher brasileira a trabalhar como árbitra auxiliar em uma partida masculina internacional fora do país. Neuza está escalada para o jogo entre Peñarol (URU) e Vélez Sarsfield (ARG), pela Copa Sul-Americana. O jogo acontece no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu

Neuza falou à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre o momento em que recebeu a escalação e o momento que as mulheres têm vivido na arbitragem brasileira.

“Foi uma alegria muito grande receber essa notícia, meu coração disparou no momento em que recebi o comunicado. Era um sonho antigo. Desde 2016, quando fiz pela primeira vez o teste masculino na FIFA, que espero por esse momento. Embora eu tenha participado do Torneio de Toulon em 2014, vai ser a primeira vez que farei um jogo oficial”, destacou a assistente.

A primeira mulher brasileira a trabalhar como assistente em um jogo internacional foi Ana Paula de Oliveira, mas a catarinense deixará para trás mais uma barreira nesta quarta. Ciente da responsabilidade que carrega por isso, a assistente enalteceu o caminho que outras mulheres trilharam antes dela.

A primeira mulher brasileira a trabalhar como assistente em um jogo internacional foi Ana Paula de Oliveira, mas a catarinense deixará para trás mais uma barreira nesta quarta. Ciente da responsabilidade que carrega por isso, a assistente enalteceu o caminho que outras mulheres trilharam antes dela.

“Quero sempre ser uma Neuza e uma assistente melhor hoje do que fui ontem. Foco mais nesse ponto de vista. Mas é muito legal estar representando esse grupo de mulheres da arbitragem brasileira, porque o que uma faz repercute no trabalho das outras. Se hoje tenho essa oportunidade, é porque outras profissionais desbravaram esse mundo do futebol. Elas deixaram as portas abertas para que eu pudesse dar sequência nessa caminhada”, celebrou.

De Santa Catarina para os gramados além da fronteira

Catarinense, a assistente deixou o estado e rumou para São Paulo, disposta a apostar em novos ares. Passou a representar a Federação Paulista de Futebol e, mesmo longe da família, conseguiu conquistar seu espaço. Não à toa ela é,  segundo dados da Comissão de Arbitragem, a mulher com mais jogos na principal divisão de uma competição nacional no mundo, com 88 partidas na Série A.

“Poder trabalhar em um jogo da Sul-Americana é a realização de um sonho meu. Todo árbitro quer sempre estar na melhor partida da rodada e na melhor competição. Eu me sinto privilegiada por poder estar atuando em jogos de alto nível do futebol brasileiro e agora também estreando em competições da Conmebol. Se já é um grande privilégio poder atuar na Série A do Brasileiro, um dos melhores campeonatos do mundo, subir um degrau é gratificante. Não tenho palavras para explicar minha emoção”, afirmou.

Nos últimos anos, o nome de Neuza Back tem aparecido cada vez mais no cenário da arbitragem nacional. Em 2016, ela foi escalada para os Jogos Olímpicos do Rio. Mas sua grande oportunidade veio mesmo em 2019, quando foi indicada para fazer parte do trio brasileiro que foi para a Copa do Mundo Feminina, na França. Junto com a árbitra Edina Alves e a também auxiliar Tatiane Camargo, comandou o clássico entre Estados Unidos e Inglaterra, na semifinal do torneio. Um momento que representa muito para ela até hoje.

O bom trabalho de Neuza Back tem recebido o apoio constante da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, presidida por Leonardo Gaciba. Cada vez mais segura, a auxiliar tem sido escalada para alguns dos principais jogos do futebol nacional. Só neste ano, foram dez clássicos, entre Brasileirão, Copa do Brasil e Campeonato Paulista. Com este suporte e a própria competência, Neuza conseguiu crescer no cenário brasileiro e chamou a atenção de entidades como FIFA e Conmebol. Para ela, esse trabalho em conjunto e confiança são essenciais para a sua evolução.

“Estou próxima de 100 jogos na Série A e isso acontece porque as pessoas acreditaram que a mulher tem capacidade para trabalhar. Eles têm um papel fundamental e são o divisor de águas. Quando eles acreditam em mim e me escalam para os jogos de Série A, mata-mata ou clássicos, eu consigo ir crescendo e consolidando mais a minha carreira. Isso me dá experiência e bagagem. Cada jogo que faço, adquiro conhecimento. Ao me colocar nessas partidas, a Comissão de Arbitragem fortalece meu nome e meu trabalho. E ao acompanhar o Brasileiro, a Conmebol consegue avaliar se posso fazer também jogos deles”, completou a assistente em entrevista à CBF.

“Estou vivendo um momento muito especial na minha carreira. Tive a honra de participar da Copa do Mundo Feminina ano passado e fazendo a semifinal entre Estados Unidos x Inglaterra. Quando saí da minha casa e arrumei minhas malas, não poderia sonhar com isso. Fiquei muito feliz com a nossa atuação, pois trabalhamos em quatro jogos, algo que dificilmente acontece. Certamente tivemos uma participação de sucesso. Depois disso, retornando ao país, fui escalada para a partida de ida da Copa do Brasil, então senti a confiança no trabalho. Quando recebi a escala e vi meu nome foi um sentimento de reconhecimento muito grande. Hoje vivo para a arbitragem, então ser escalada para esses jogos é como se recebesse uma medalha garantindo que valeu muito a pena”, explicou.

Fonte: NDMais

 

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