Cemig lamenta acidente após confirmar que avião de Marília atingiu a rede

A empresa divulgou nota dizendo que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga.

As causas do acidente de avião que deixou cinco mortos, incluindo a cantora Marília Mendonça, em Caratinga, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, nessa sexta-feira, dia 5 de novembro  ainda serão investigadas.

Até o momento, o que se sabe é que a aeronave atingiu fio da torre de alta tensão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) antes de cair. A empresa lamentou o trágico acidente e disse que se solidariza com parentes e amigos das vítimas.

O avião que levava a artista e parte da equipe para Caratinga saiu do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, às 13h02, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Foram quase 2h30 de voo. Os primeiros chamados para o Corpo de Bombeiros revelam que a aeronave caiu por volta das 15h30. A queda ocorreu em cachoeira de água, próximo ao acesso pela BR-474.

Alguns cabos passam na reta da pista do Aeroporto de Ubaporanga. Notificações feitas por pilotos aos órgãos responsáveis pela aviação no Brasil falavam de um "obstáculo que violava o plano básico de zona de proteção" do aeroporto. Uma antena e uma torre, por exemplo, foram citadas pelos profissionais.

No entanto, somente a investigação coordenada pelo Cenipa poderá definir os motivos que causaram a queda do avião. Rafael Lacerda, que trabalha há dez anos sobrevoando a área de Caratinga, comentou sobre o acidente. . “Aquela é uma área que todos os pilotos evitam voar. A gente não sabe por que ele decidiu ir por ali”, disse: Segundo Lacerda, os fios naquela região costumam atrapalhar o pouso, a ponto de ela ser evitada por quem conhece a área..

“Para nós que estamos acostumados, os fios não chegam a atrapalhar. Mas eles estão em um setor de muita aproximação e com o relevo muito alto, então é uma área que todos os pilotos evitam”, relata. “Quando eu pousei, passei por cima do local do acidente e não percebi o avião ali.” Lacerda explica ainda que o tempo estava claro, com céu aberto, e o sol em uma posição “que não atrapalhava a visualização dos fios”.

“A gente coordenou o pouso com ele, porque aterrissaríamos em um horário muito próximo. Eles estavam a um minuto do pouso”, conta Glauco Souza, de 44 anos, que também estava a bordo do avião pilotado por Lacerda. “Só soubemos que ele caiu quando pousamos e vimos que ele não estava no aeroporto. Não ouvimos barulho, não vimos fumaça, sobrevoamos ali e não percebemos.”

Em nota, a Cemig informou que a linha de distribuição atingida pela aeronave está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga.

Confira a nota da Cemig:

“A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente de ontem, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro (Ilustração mostra com detalhes o posicionamento da Linha de Distribuição).

Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.
 
As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia novamente lamenta esse trágico incidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas.”
O acidente matou as cinco pessoas que estavam no avião;  Marília Mendonça, o produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e co-pilto do avião. A equipe se deslocava até Caratinga, onde a cantora faria um show na noite de sexta-feira, dia 5 de novembro.
Redação: Fonte: EstadodeMinas

 

 

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