Preá era ex "da atual namorada do mandante do crime". A mulher, que não teve o nome divulgado, tinha um relacionamento com o principal suspeito, que morreu nesta terça-feira, dia 29, em confronto com a polícia. Entre as vítimas, está uma senhora de prenome Cristiane, que é a mãe da atual namorada do executor", disse a delegada.
Cristiane e Preá estavam juntos na casa incendiada, com mais três crianças, dois adultos, um bebê, e um adolescente de 12 anos. As três crianças e o adolescente são irmãos da mulher que namorava com o mandante do crime, que estava fora de casa quando tudo aconteceu.
Sobreviventes salvo por 'mártires'
Além do adolescente de 12 anos, a polícia declarou que um bebê, que também estaria na primeira casa, foi poupado pelos criminosos. Ele tem cerca de um ano e meio a dois anos, e foi resgatado pelo pai. Não foi detalhado como ocorreu o resgate da criança.
Possivelmente eram pessoas de uma mesma família nessa casa, mas só vamos ter certeza a partir dos exames. Os corpos estavam carbonizados, não terminou ainda o processo de identificação. Se não tem dados de identificação, não tem como ter os nomes delas. Sabemos que são sete pessoas mortas na mesma casa. Quem eram essas pessoas, só a perícia vai dizer", disse a delegada.
Em uma segunda casa, outras duas mulheres também foram mortas. De acordo com a polícia, a criança de 12 anos conseguiu se esconder debaixo de uma cama e não foi vista pelos criminosos. Apesar de estar com ferimentos causados pelo fogo, ele conseguiu sair na rua pedindo socorro e bateu em algumas casas, até ser acolhido por essas duas moradoras, que foram encontradas mortas, com marcas de tiros, no segundo imóvel.
Essas duas senhoras são verdadeiras mártires dessa barbárie. Elas abriram a porta para essa criança, oportunidade em que os executores perseguiram a criança mataram as senhora. A priori, elas morreram como efeito colateral da primeira ação, na primeira casa onde morreram sete pessoas", afirmou, destacando que no segundo imóvel não havia indícios de fogo, nem outros ocupantes.
O menino de 12 anos segue internado na ala de queimados do Hospital Geral do Estado, em Salvador. Ele teve queimaduras em mais da metade do corpo e, segundo a política, está em estado "gravíssimo". Ele prestou depoimento a polícia.
Durante a manhã, o Departamento de Polícia Técnica informou que foram identificadas duas vítimas: Clícia Costa Magalhães, de 35 anos, e Sara Miranda Magalhães, 56 anos. No entanto, a Polícia Civil não confirmou se há grau de parentesco entre elas, em qual das casas elas estavam, nem se elas foram as que as que salvaram o menino.
Chacina
O crime aconteceu por volta das 16h de segunda-feira (28). Entre as vítimas, estão seis adultos e três crianças. Dos nove mortos, cinco estavam em estado de completa carbonização, dois parcialmente carbonizados e dois sem queimaduras, mas com ferimentos de arma de fogo.
Apenas uma pessoa sobreviveu ao ataque: um adolescente de 12 anos. Ele foi levado ao hospital com 50% do corpo queimado. Ele estava consciente quando foi socorrido. Após atendimento médico, ele prestou depoimento à polícia. Além disso, um bebê foi poupado pelos criminosos.
A vítimas de arma de fogo, segundo a polícia, são duas mulheres, moradoras da casa vizinha, que não tiveram a identidade divulgada. Elas estavam na sala de casa e uma delas também tinha marcas de cortes no corpo. Os dois imóveis onde os corpos foram encontrados ficam lado a lado, na localidade conhecida como Portal do Lunda, na zona rural da cidade, perto de uma escola municipal.
Em relação aos carbonizados, a Polícia Civil ainda não divulgou a identidade, nem as idades das vítimas. Equipes do DPT realizam os exames necessários para a identificação dos corpos e demais aspectos periciais. Apesar disso, o DPT confirmou que pelo menos uma das vítimas é do gênero masculino.
Além do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), policiais dos Departamentos Operacionais da Polícia Civil integram as investigações. A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) determinou o reforço do policiamento na região onde as vítimas foram mortas.
O governador do Estado e o secretário de Segurança Pública ainda não se manifestaram sobre o caso. A Bahia é o estado que registrou o maior número de mortes violentas no primeiro trimestre de 2023, de acordo com o Monitor da Violência. Entre janeiro e março deste ano, 1.289 pessoas morreram em casos de feminicídios, homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte.
Fonte: https: ipiauonline