No primeiro processo de impeachment sofrido por Carlos Moisés (PSL), Reinehr ficou à frente Executivo Estadual por um mês; confira destaques do período.
Daniela Reinehr (sem partido) assumirá o cargo de governadora interina de Santa Catarina nesta terça-feira (30). Na última vez em que esteve à frente do Executivo estadual, ela permaneceu no cargo durante um mês, até a absolvição e retorno de Carlos Moisés (PSL).
Em sua primeira coletiva como governadora em exercício, no dia 27 de outubro de 2020, apontou que o foco de seu governo seria a recuperação econômica. Além disso, pontuou que assumiria a posição diante de uma crise, com a pandemia e a credibilidade fragilizada após o primeiro processo de impeachment de Moisés. Ela ficou no cargo até 27 de novembro.
O afastamento de Carlos Moisés, por até 120 dias, ocorreu durante decisão do tribunal especial de julgamento na última sexta-feira (26). O processo de impeachment avaliado é da compra de respiradores sem licitação. O novo julgamento para decidir o destino político de Moisés ainda não tem data confirmada.
Em relação à pandemia, na ocasião, ela disse que as medidas mais restritivas deveriam partir das prefeituras. Ainda afirmou que não é a favor do “fecha tudo”: “Temos que isolar os doentes, não os saudáveis.”
No momento mais crítico da Covid-19 no Brasil e em Santa Catarina, Reinehr retorna como governadora interina.
Mudança nas pastas do governo
Em uma semana de governo, Reinehr realizou quatro mudanças nas pastas do Estado, nas áreas da Casa Civil, Procuradoria-Geral, Casa Militar e Comunicação. Já no dia da posse, ela apresentou o novo chefe da Casa Civil, o general da reserva Ricardo Miranda Aversa.
No mesmo dia em que foi inocentado, Carlos Moisés escolheu novos nomes para ocupar as pastas. Na Casa Civil, a escolha foi de Eron Giordani. Com o resultado do afastamento nesta sexta, ele pediu exoneração do cargo.
Recuo e hesitação em posicionamentos
A governadora interina apagou um post no Twitter, em que defendia o uso de máscaras durante o feriadão de Finados, após sofrer pressão política. A publicação ocorreu depois de o deputado Jessé Lopes incentivar o desrespeito às medidas de combate à pandemia.
Além disso, Reinehr usou a mesma rede social para repudiar as agressões a uma equipe da NSC TV, no Campeche, em Florianópolis. Porém, também apagou o comentário.
Quando foi questionada em relação às declarações de seu pai, que nega o Holocausto e confessa admiração por Adolf Hitler, levou 48 horas para se posicionar. Em nota, ela afirmou que é “contrária ao nazismo” e que é “amiga de Israel e dos judeus”.
Defesa de “tratamento precoce” para Covid-19
No dia 9 de novembro, em coletiva de imprensa em Joinville, no Norte do Estado, Daniela Reinehr voltou a defender a autonomia dos médicos e o tratamento precoce de pacientes diagnosticados com a Covid-19. Não há evidências científicas que comprovem a eficácia de remédios para o tratamento precoce da doença.
A Secretaria de Estado da Saúde publicou, no dia 2 de novembro, uma nota técnica que permitia ao médicos prescrever medicamentos, como a cloroquina, para o tratamento do novo coronavírus, antes da realização de exames que confirmem o diagnóstico da doença.
Agora, Reinehr assumirá o comando do Executivo estadual em meio ao momento mais difícil da pandemia. Um dos desafios é o risco de desabastecimento de insumos para tratar a Covid-19, especialmente do “kit intubação”, apontado pela SES (Secretaria de Estado da Saúde) na última terça-feira (23) de março 2021.
Informações: NDMais