No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra o dia mundial da Vida Religiosa Consagrada, dedicado àqueles e àquelas que consagram sua vida a Deus, à Igreja e à humanidade nos mais diversos carismas dos Institutos de Vida Consagrada. Cardeal Odilo Pedro Scherer - arcebispo de São Paulo.
A festa da Apresentação de Jesus no templo, dia 2 de fevereiro, está repleta de simbolismos e significados. Ela poderia ser parte das festas do ciclo litúrgico do Natal, pois se refere a um momento da infância de Jesus. Maria e José levam ao templo Jesus, filho primogênito de Maria, para apresentá-lo a Deus, conforme estava prescrito na Lei de Moisés.
Os primogênitos eram consagrados a Deus, especialmente; isso significava que eles se tornavam herdeiros privilegiados das promessas da aliança de Deus com os Patriarcas e garantidores da sua transmissão dessa bênção à geração seguinte. Os primogênitos eram testemunhas privilegiadas da fidelidade de Deus às suas promessas e deviam zelar, mais que ninguém outro, para que o compromisso do povo com a Aliança de Deus não fosse esquecido nem traído por infidelidade.
Mal sabia o velho e justo Simeão que o filho que Maria levava nos braços seria o mediador da nova e eterna Aliança, que Deus faria, não apenas com um povo, mas com a humanidade inteira. Simeão e a profetisa Ana, viúva piedosa e fiel a Deus, reconhecem no menino Jesus a luz que ilumina todas as nações e o cumprimento das promessas de Deus aos antepassados, que esperam por essa salvação prometida. Simeão e Ana eram consagrados a Deus e louvaram a Deus pelo Consagrado dos Consagrados, que Maria e José levaram ao templo e apresentaram a Deus.
No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra o dia mundial da Vida Religiosa Consagrada, dedicado àqueles e àquelas que consagram sua vida a Deus, à Igreja e à humanidade nos mais diversos carismas dos Institutos de Vida Consagrada. São os cristãos que entregam sua vida inteira ao testemunho da Aliança de amor de Deus com a humanidade mediante o amor salvador de Jesus Cristo. Eles proclamam o Evangelho, antes de tudo, pela sua vida consagrada, pelo seu testemunho pessoal de vida conforme o Reino de Deus, já presente no mundo, mas ainda não plenamente.
São um testemunho de fé em Deus e no seu reino, único fundamento capaz de levar a preferir a vida na pobreza, obediência e castidade, em vez de usufruir das alegrias e liberdades legítimas desta vida. São testemunho da esperança sobrenatural, pois fazem desde agora a escolha pelos bens sobrenaturais prometidos, reservados para a vida eterna. Fazendo essa escolha, ajudam a entender que há renúncias e escolhas que na vida valem a pena e não representam uma frustração para os anseios legítimos desta vida. Eles são testemunhas do amor misericordioso de Deus, por quem entregam sua vida e por aqueles que Deus ama, especialmente aqueles que têm maior necessidade de conhecer o amor salvador de Deus.
Os consagrados e consagradas a Deus na vida religiosa escolhem Deus como único e supremo bem, que nunca pode ser trocado por nenhum outro bem deste mundo. Esta vida já pode oferecer tantos bens honestos e legítimos, que podem ser acolhidos cada dia com ação de graças. Mas os religiosos fazem a renúncia voluntária e consciente a muitos desses bens; tendo-os à sua disposição para o que for necessário, não se apegam a esses bens, sabendo que o coração nunca pode se fechar sobre os bens, esquecendo o doador de todos os bens.
Na festa da Apresentação do Senhor no templo, olhamos também para Maria, que consagrou sua vida inteiramente a Deus e ao seu Filho Jesus. Ela não vive para si, mas uniu sua vida ao mistério da cruz salvadora de Jesus. Por isso, nós a invocamos como mãe, modelo e protetora de todos os consagrados e consagradas, aquela que soube ouvir a palavra de Deus e a colocou em prática.
Na festa da Apresentação do Senhor, deste ano, agradeçamos a Deus pelos religiosos e religiosas que vivem em nossa arquidiocese e cidade de São Paulo. Contamos com uma grande variedade de carismas da Vida Consagrada religiosa entre nós, e isso é uma riqueza para a Igreja. Os religiosos prestam um grande auxílio à missão da Igreja nos mais diversos setores: na evangelização e serviço pastoral diretos das paróquias e organizações da Igreja; na caridade para com os mais necessitados de ajuda; Eles estão presentes na educação, nos serviços da saúde, da assistência social e no serviço aos pobres. Muitos deles se dedicam ao trabalho missionário, à formação cristã.
Desejo agradecer a todos eles, em nome da arquidiocese de São Paulo, pela colaboração e o serviço que prestam. E convido todos a rezarem pelas vocações à vida consagrada religiosa, para que não venhamos a ter falta desses discípulos missionários de Jesus Cristo e testemunhas de que o Reino de Deus já chegou e está no meio de nós!
Fonte: Vatican News