A jornalista Glória Maria morreu nesta quinta-feira, dia 2, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela TV Globo, local em que exercia sua profissão. A repórter que já acumulava mais de 50 anos na TV Globo, foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional e inaugurou a era da alta definição na televisão brasileira.
Em nota, a emissora lamentou a morte da jornalista e informou que Glória foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2019, e foi tratado com sucesso com imunoterapia. Teve metástase no cérebro e fez uma cirurgia que inicialmente deu bons resultados. Mas, em meados de 2022, a jornalista passou por mais uma fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais, que infelizmente não surtiu efeito nos últimos dias.
Glória Maria morreu esta manhã (2), no Hospital Copa Star, zona sul do Rio de Janeiro.
Carreira
Nascida no Rio de Janeiro, Gloria Maria Matta da Silva, era filha da dona de casa Edna Alves Matta e do alfaiate Cosme Braga da Silva, estudou na rede pública de ensino e sempre se destacou, no Memória Globo, ela comentou que aprendeu inglês, francês, latim e que venceu diversos concursos de redação do colégio.
Gloria cursou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica(PUC-Rio) enquanto trabalhava como telefonista na Embratel. Em 1970 trabalhou como radioescuta na Globo Rio e lá se tornou repórter na época em que os jornalistas ainda não apareciam nos vídeos. Estreou como repórter um ano depois, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro.
A jornalista passou por diversos jornais da emissora como o Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio, onde, há 40 anos, fez a primeira reportagem do matinal local sobre a febre das corridas de rua. Glória também foi a primeira repórter a entrar ao vivo no Jornal Nacional, na cobertura da posse de Jimmy Carter em Washington e no Brasil, durante a ditadura militar, entrevistou chefes de estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo.
A carioca também fez parte da equipe de jornalistas do Fantástico, onde foi apresentadora de 1998 a 2007. Lá ficou conhecida por entrevistar artistas como Harrison Ford, Michael Jackson, Leonardo Dicaprio e Madonna, onde tinha apenas 4 minutos para fazer as perguntas à rainha do pop, mas que a pedido da própria artista acabou extendendo o tempo de entrevista. Glória também viajou por mais de 100 países pelo programa e passou pela África, parte do Oriente e Europ
A jornalista também fez história, se tornando em 1977 a repórter que entrou ao vivo na primeira matéria a cores no Jornal Nacional. Além disso, Gloria fez a cobertura de momentos históricos como a guerra das Malvinas (1982), a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista (1996), os Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e a Copa do Mundo na França (1998).
A repórter carioca também realizou a primeira transmissão em HD da televisão brasileira, em 2007, ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues, fez uma reportagem no Fantástico sobre a festa do pequi, fruta de cor amarela adorada pelos índios Kamayurás, no Alto Xingu.
Depois de uma década no Fantástico, Gloria Maria tirou dois anos de licenças, onde se dedicou a projetos pessoais como viagens à Índia e à Nigéria, fazendo trabalho voluntário. Foi durante sua licença que adotou suas duas filhas Maria e Laura.
Ao voltar a Globo em 2010, integrou a equipe do Globo Repórter, onde animou e envolveu o público nas mais diversas aventuras. Nos Estados Unidos andou de balão e desceu de bote no Rio Colorado. No ano seguinte visitou a cidade azul, Marrakesh,no Marrocos, os encantadores de serpente e a colheita do argan feita pelas cabras. Cruzou o deserto do Saara em um dromedário e mostrou a vida dos povos nômades. Em 2016, foi à Jamaica, onde entrevistou o campeão mundial de atletismo Usain Bolt e participou dos rituais de uma comunidade rastafári.
Em 2017, Glória Maria foi à China e fez matérias em Hong Kong, onde cuidou de um panda gigante, e pulou do bungee-jump mais alto do mundo em Macau, com 233 metros de altura. E no final de 2019, Sérgio Chapelin se aposentou, após 23 anos no Globo Repórter. A de setembro daquele ano, Glória Maria passou a dividir o programa com a jornalista Sandra Annenberg.
Fonte: Diário de Pernambuco