O Conselho Tutelar, a Polícia Militar e a Polícia Civil de Brusque atuaram nesta sexta-feira, 4, em um caso de cárcere privado no município. A mulher, de 22 anos, era trancada dentro de casa com a filha de oito meses pelo companheiro, um homem de 39 anos
De acordo com as conselheiras tutelares Neide Dalmolin e Daiana Mirela Amorim, o Conselho Tutelar recebeu uma denúncia anônima e foi até a residência indicada, no bairro Steffen. Lá, estavam a mãe e a criança.
Elas foram mantidas por cerca de duas semanas naquela casa, tempo que o casal morava no local. Entretanto, a vida em cárcere privado já durava dois anos. As conselheiras afirmam que ela não denunciava o caso para a polícia por medo, sendo que o companheiro a ameaçava. A motivação seria por ciúmes. O homem foi detido em flagrante pela polícia quando retornava do trabalho por volta de meio-dia.
Abordagem
O caso foi atendido por volta das 10h. Em frente à residência, as conselheiras se identificaram em voz alta e questionaram se havia alguém dentro de casa. No entanto, não obtiveram resposta. “Ele fechava muito a casa. No acesso da entrada tinha varal e cobertor na frente da porta. Era difícil identificar que era uma entrada. Quando chegamos lá, nos deparamos com um cadeado”, diz Neide.
Ficamos nos questionando se era uma denuncia falsa ou não, porque não é o tipo de ocorrência que costuma acontecer aqui em Brusque, mas as vizinhas insistiam muito de que tinha uma mulher ali dentro”, complementa Daiana. Após insistência dos vizinhos e a percepção do cadeado na porta, a Polícia Militar foi acionada. Chegando lá, os policiais arrombaram a entrada. A jovem foi encontrada chorando em um canto da residência, conforme detalham as conselheiras.
Eram condições insalubres. O local era muito fechado. Tinha alimentos, mas ela não podia abrir as janelas, que estavam vedadas, nem a porta. Estava muito calor lá dentro”, afirma Daiana. Dentro da residência, as conselheiras perceberam que não havia banheiro, pois ficava do lado de fora. O companheiro deixava, então, um balde dentro da residência para que a mulher utilizasse para necessidades fisiológicas.
A jovem, que é da Bahia, perdeu o contato com outros dois filhos que tem após constantes ameaças do homem. Ela também já não conseguia falar mais com a mãe e com os irmãos. “Ele quebrou o celular dela e impediu o contato com familiares”, pontua Daiana.
Rotina
Ainda segundo as conselheiras, a rotina da mulher era de aguardar o companheiro retornar do trabalho e seguir no cárcere. Ela fazia comida para ele na hora do almoço. Quando ele voltava ao serviço de tarde, ela novamente era trancada na residência com a criança. Tudo teria começado por ciúmes por parte do companheiro, iniciando com algumas situações restritivas, até se agravar, com ele quebrando o celular dela e a trancando em casa.
O caso agora está sob responsabilidade da Polícia Civil, que já iniciou as investigações. A situação da mulher e da criança a partir de então está a cargo da Assistência Social de Brusque.
Redação: Fonte: O Município
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