O violento incêndio florestal que varreu uma cidade pitoresca na ilha Maui, no Havaí, já é considerado o mais mortal registrado nos Estados Unidos no último século. Enquanto os moradores lamentavam os mortos e desaparecidos, as autoridades alertaram que o número total de vítimas humanas e ambientais ainda não era conhecido e que a recuperação da destruição causada pelas chamas estava apenas começando.
O número de mortos nos incêndios florestais na ilha de Maui, no Havaí, subiu para 106, segundo informou o governador do estado norte-americano, Josh Green, na terça-feira (15).
Green afirmou ainda que será muito difícil identificar as vítimas e que esse processo provavelmente levará semanas até ser concluído. O governo pediu amostras de DNA das famílias que esperam desesperadamente para ouvir sobre entes queridos desaparecidos.
Uma equipe de genética ajudará a identificar as vítimas, disse o governador à CNN, enquanto cerca de 185 equipes de busca e resgate e 20 cães continuaram vasculhando as cinzas de casas e empresas incineradas pelo incêndio florestal mais mortal dos EUA em mais de um século.
“Isso é muito parecido com o que você vê em uma zona de guerra ou o que vimos com o 11 de setembro”, disse Green ao programa “The Source with Kaitlan Collins”.
A identificação é um desafio porque os restos mortais são praticamente irreconhecíveis e as impressões digitais são raramente encontradas, disse o governador.
Os investigadores precisam desenvolver perfis de DNA dos restos mortais para, quem sabe, encontrar correspondências, inclusive de qualquer DNA fornecido por parentes dos desaparecidos, disseram as autoridades.
“Estamos pedindo a todos os nossos amigos e familiares queridos na área que tenham alguma preocupação que façam uma coleta no centro de apoio à família para que possamos combinar geneticamente as pessoas”, disse o governador.
Apenas cinco dos 106 mortos haviam sido identificados até a tarde de terça-feira (15), segundo autoridades do condado de Maui. Dois foram nomeados publicamente e os nomes dos outros três serão anunciados quando suas famílias forem notificadas, disse o condado. Familiares de pessoas desaparecidas forneceram 41 amostras de DNA.
O número de pessoas ainda desaparecidas não é claro.
Os incêndios começaram a se espalhar descontroladamente em 8 de agosto e devastaram as partes históricas de Lahaina, no oeste de Maui.
As autoridades haviam percorrido cerca de um terço da área de buscas na terça-feira; o condado colocou o número em 32%, enquanto o governador disse que era de 27%. Green espera que “muito disso seja feito” até o fim de semana, disse ele à CNN na terça-feira sobre o trabalho.
Mas à medida que a busca se expande, as autoridades temem que o número já sombrio de mortos só aumente.
Muitos restos humanos encontrados até agora estavam em uma estrada à beira-mar, disse Green. “Agora que entramos nas casas, não temos certeza do que veremos. Estamos esperançosos e rezando para que não sejam grandes números”, disse ele à CNN.
Um necrotério portátil também foi trazido para ajudar as autoridades a identificar e processar restos mortais com raios-x e outros equipamentos, disse Jonathan Greene, vice-secretário adjunto do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, na terça-feira.
Fonte: CNN -Brasil