Relembre a morte do maestro Nelson Nilo Hack , fundador e regente de orquestras do Pró-musica

Relembre a morte do grande maestro “ Nelson Nilo Hack”, faleceu na madrugada desta quarta-feira, dia 24 de abril de 2013, aos 93 anos, o maestro foi o, fundador e regente das orquestras de Câmara e Sinfônica Jovem do Centro Cultural Pró- Música/UFJF.  Nascido no interior do Rio Grande do Sul e radicado no Rio de Janeiro, o músico deixa grande legado em Juiz de Fora, onde foi fundador e regente das orquestras de Câmara e Sinfônica Jovem do Centro Cultural Pró-Música/UFJF. Na última semana, o maestro havia sido submetido a uma cirurgia no fêmur, em função de uma queda sofrida por ele. O procedimento foi tido como bem-sucedido, mas, em função de complicações agravadas pela idade, o músico não resistiu. O sepultamento aconteceu no Rio de Janeiro-RJ.

Mesmo com idade avançada, Nilo Hack deixava sua casa na capital carioca para vir a Juiz de Fora para ensaios e apresentações das orquestras do Pró-Música. A trajetória de Hack também foi marcada por outras orquestras que organizou no Rio de Janeiro, como a Orquestra Juvenil do Teatro Municipal, a Orquestra de Câmara da Rádio MEC e o Coral Universitário da UFRJ, um feito que o levou a ser considerado o "mais importante maestro pedagogo para orquestras jovens do país" no livro "A arte da regência", escrito pelo pesquisador de estética musical Sylvio Lago.

Nas comemorações do aniversário de 90 anos do maestro, Lago ressaltou à Tribuna a generosidade de Nilo Hack como educador. "Destaco não só a missão artística que ele desempenhou tão bem, como seu compromisso em educar. Por onde passou, Hack modelou ótimas orquestras. É um trabalho de grande repercussão e muito necessário neste país. É um artista generoso, idealista, trabalhador e com sempre elevadas concepções artísticas nas obras que regeu", disse. "Continuo trabalhando porque enxergo uma grande finalidade na minha profissão, que é levar cultura às pessoas. A arte eleva o ser humano", relatou Hack, na ocasião, à Tribuna. O maestro teve como aprendizes músicos reconhecidos no cenário nacional e internacional, como Paulo Bosísio, Márcio Carneiro, Antônio Menezes e Paulo Nave.

Hack foi também regente assistente e convidado das orquestras sinfônicas Nacional, Brasileira, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e da Filarmônica de São Paulo. Atuou, ainda, em corais, regendo o Coral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e dirigindo o Coral do Museu de Arte de São Paulo. Entre as experiências internacionais, está a regência da Orquestra de Câmara Tübingen, da Alemanha. 

Em nota, os diretores do Pró-Música, Maria Isabel de Sousa Santos e Júlio César de Sousa Santos, lamentaram a perda do grande profissional e amigo. "A história do Pró-Música se confunde com a história do maestro Nelson Nilo Hack. Foram 32 anos dedicados às atividades de nossa instituição. Aqui ele iniciou todo o trabalho de formação de músicos para orquestra e deu início a todos os grupos orquestrais da Pró-Música, ficando à frente da Orquestra de Câmara e Orquestra Sinfônica Pró-Música durante todo este tempo. Sua competência, credibilidade e amor à música estiveram sempre presentes nestes anos de convívio e foram fundamentais para o crescimento e reconhecimento conquistado pelo Pró-Música nesta área. Nossa eterna gratidão por termos recebido a singular oportunidade do convívio nestas longas três décadas."

Para Nerisa Aldrighi, que atualmente dividia a regência da Orquestra de Câmara da instituição com o maestro, Hack era um dos "últimos baluartes da música clássica". "Todos os grandes músicos brasileiros da atualidade passaram, em algum momento, pelas mãos dele", diz. A regente destaca ainda "os grandes frutos" deixados pelo maestro, já que quase todos dos seus sete filhos fizeram carreira como músicos e, hoje, integram orquestras de renome.

Embora não tenha seguido profissionalmente a carreira de violinista – ao contrário da irmã violoncelista, Grettel -, Natália Paganini foi uma dentre os inúmeros aprendizes de Nilo Hack. Durante 20 anos, Natália dedicou-se à formação musical no Pró-Música, tendo estado presente em três orquestras regidas por ele. "O maestro era muito comprometido com os projetos sociais, extremamente paciente com os adolescentes. Ele nos estimulava a seguir nos estudos, a estabelecer contatos com outras orquestras", conta a violinista, hoje técnica em assuntos educacionais.

Há dois meses, o maestro Hack doou seu vasto e raro acervo de partituras ao Pró-Música. Foram mais de 280 pastas repletas de obras originais, boa parte importada, resultado de mais de 40 anos de coleção pessoal. As obras representam a continuidade do trabalho de ensino feito pelo maestro. "Por enquanto, estamos tomando conhecimento do conteúdo do material, que se encontra à disposição para interessados em pesquisar", diz Maria Isabel.

Fonte: Tribuna de minas  

 

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