Uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, dia 20 de outubro, a Polícia Civil deu detalhes do feminicídio da mulher Valquíria Vieira, de 48 anos, assassinada com 24 facadas e duas marteladas pelo ex-marido. O motivo do crime foi o término do relacionamento entre a vítima o autor confesso do crime, depois de uma união de mais de 30 anos.
Ele era uma pessoa ciumenta não aceitava o fim do relacionamento. Ele esperou que ela chegasse na residências e deu 25 facadas e duas marteladas, contou delegado Bruno Martins.
A delegada da 5ª Delegacia Regional de Polícia (5ª DRP), Carolini de Bona Portão, acrescentou que a vítima já havia denunciado o ex-marido há três meses por violência. Ela ainda solicitou medida protetiva que estava em vigência.
Ela fazia as queixas, mas não queria que a polícia prendesse ele. Isso é comum entre mulheres que sofrem violência, muitas das vezes a vítima, em razão dos filhos, e da insegurança ela tem dificuldade de avançar com as denúncias. É muito difícil para a mulher romper este ciclo de violência.
O ex-marido de Valquíria entrou em uma área de mata, na segunda-feira a Polícia Civil, continuou trocando mensagens com amigos e familiares. Nos textos e áudios ele confessava o crime e dizia que iria se entregar. O morador identificou que era o suspeito e começou a conversar com ele, convencendo-o a se entregar. Em determinado momento, o autor disse para o morador chamar a polícia e assim foi feito e ele se entregou.
Depois de passar a noite no mato, o autor do crime foi até uma casa e pediu por um prato de comida e para carregar o celular. O morador identificou que era o suspeito e começou a conversar com ele, convencendo-o a se entregar. Em determinado momento, o autor disse para o morador chamar a polícia e assim foi feito e ele se entregou.
Morte em presídio
O homem apontado como ex-marido de Valquíria se suicidou após dar entrada no presídio, utilizando uma pequena mangueira na cela. Segundo o delegado Bruno Martins, o homem foi encontrado morto pelos outros três companheiros de cela, que acionaram os policiais penais.
Este caso também está sendo investigado pela Polícia Civil. Os peritos que estiveram no local apontaram que não há indícios da participação e terceiros na morte, o que caracteriza o suicídio. Na delegacia ele estava calmo e não quis prestar depoimento. Talvez ao chegar no presídio se assustou e possa optou por se matar.
Ao ser finalizado, o inquérito que indiciará o investigado pelo crime de feminicídio será encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina e ao Poder Judiciário e deverá ser arquivado devido a impossibilidade de punibilidade por conta da morte do suspeito.