Testes mostram que vacina atual protege contra H3N2 Darwin

O Instituto Butantan, fabricante da vacina contra a gripe utilizada no Programa Nacional de Imunização (PNI) no país, informou nesta sexta-feira, 6, que testes de laboratório realizados pelo instituto mostraram que o imunizante é capaz de conferir proteção contra a infecção pelo vírus Influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição. A variante H3N2 Darwin é responsável pelo surto de gripe que vem atingindo várias partes do país nos últimos dias.

Segundo o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a vacina atual, trivalente, feita contra os vírus Influenza H1N1, H3N2 e B, protege contra a H3N2 Darwin de forma cruzada, ou seja, neutraliza essa variante em razão de ter em sua composição a proteção contra a cepa H3N2 original, “parecida” com a Darwin. 

“Um indivíduo tem um grau muito próximo de parentesco com a sua mãe, mas é diferente dela. As cepas da Influenza são parentes, têm mudanças na estrutura viral, nos aminoácidos, mas têm partes do vírus que são as mesmas e ela confere essa proteção mesmo com a atualização do vírus”, disse.

Oliveira ressalvou, no entanto, que a atual vacina produz uma proteção menor do que um imunizante fabricado especificamente contra a cepa H3N2 Darwin. “A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro”, observou.

Nova vacina

A nova versão da vacina da Influenza, que será distribuída em 2022 pelo PNI do Ministério da Saúde, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butantan. O envase está previsto para a primeira semana de fevereiro.

O Instituto Butantan produz atualmente 80 milhões de doses da vacina contra Influenza anualmente oferecidas na campanha nacional de vacinação contra a gripe. O imunizante é modificado a cada ano baseado nos três subtipos do vírus Influenza que mais circularam no ano anterior no hemisfério norte, monitorados e indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Redação: Fonte:A voz da Serra

 

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