Desbravar a Serra Catarinense não era tarefa fácil no meio do século passado. Era para poucos corajosos e empreendedores. Pedro Fedolino Kuhnen foi um destes bravos homens que tinham o ideal de dar uma vida melhor para os moradores da comunidade de Aiurê, distrito de Grão Pará. Em 1959, aos 39 anos, ele tomou a frente para liderar a construção de um caminho que não fosse apenas uma picada onde transitavam pessoas a pé, a cavalo ou de carroça.
Munido de facão e picareta, começou a abrir a estrada entre os paredões da serra, que depois seria usada como traçado para a atual rodovia SC-370, antes SC-439. A força de trabalho era de Aiurê, distante 12 quilômetros de Grão Pará e a 12 quilômetros do topo da Serra do Corvo Branco. Pedro registrou em livros os nomes dos participantes, que recebiam alimentos como pagamento.
Hilário Gonçalves, de 64 anos, era um deles. Tinha 16 anos quando subiu pela primeira vez no caminhão para ajudar. Pedro abria caminho e eu ia com uma picareta atrás, tirando as pedras.