Comemorado o Dia do Pescador em 29 de junho. Embora a data tenha sido escolhida por um motivo religioso – é o Dia de São Pedro, o apóstolo pescador e que também é padroeiro dos pescadores – ela tem um alcance muito mais amplo, pois nos permite refletir sobre a atividade da pesca e sobre a condição da fauna aquática.
Pescador é o profissional que utiliza instrumentos como varas, iscas, redes e barcos pesqueiros para retirar do meio aquático (água doce ou salgada) principalmente peixes, moluscos e crustáceos, que servirão de alimento à própria família e também para comércio.
No que diz respeito à economia, existem dois tipos de pesca: a artesanal, exercida pelo pescador, sozinho, em parceria ou em sociedade, e a empresarial, que contrata terceiros e geralmente é feita em embarcações automatizadas. A primeira é responsável pelo abastecimento do mercado interno, geralmente da comunidade local, e a segunda é voltada a processos industriais e à exportação.
Os pescadores que vivem de sua própria produção são bastante comuns no Brasil. No entanto, a subsistência destes trabalhadores pode estar ameaçada pela retirada de peixes em quantidades superiores à permitida e pela poluição das águas. A quantidade e a qualidade dos estoques pesqueiros de todo o mundo estão sendo seriamente ameaçadas pelo crescimento desordenado da pesca. Muitos peixes estão desaparecendo e isso está comprometendo seriamente toda a biodiversidade marinha. No Brasil, pesca-se mais do que a capacidade de reprodução das espécies. Essa prática insustentável já coloca em risco cerca de 80% dos principais estoques pesqueiros do país.
A pesca predatória sem manejo sustentável implica em outra grave ameaça à biodiversidade marinha: a captura incidental de outras espécies de animais. Os equipamentos de pesca podem matar inúmeras espécies, como aves, golfinhos, tartarugas e outros tipos de peixes que não são utilizados para o consumo e, portanto, não têm valor comercial. Outro grave problema que afeta a fauna aquática e a pesca é o descarte inadequado de lixo e o esgoto lançado sem tratamento em córregos, rios e nos mares.
É importante conservar os ecossistemas aquáticos e manter a biodiversidade existente nesses ambientes, garantindo a sobrevivência das espécies animais e vegetais e a própria continuidade da atividade pesqueira. O equilíbrio da natureza é importante, não só para a economia pesqueira, mas para todos que dependem ou não dela.
O Dia do Pescador nos dá a oportunidade de refletir e tentar reverter essa situação de degradação. E todos podem ajudar, desde os pescadores artesanais, aqueles que trabalham com grandes empresas e também quem não pesca.
Ao pescar, é importante nunca deixar linha ou rede de pesca esquecida na água, pois esses equipamentos podem se prender em animais aquáticos ou em aves, e provocar a sua morte.
Já evitar a poluição das águas é uma tarefa de todos: governo, comunidades pesqueiras, turistas e de todos os que frequentam, trabalham ou vivem nas regiões de rios ou litoral. Mudar alguns hábitos do dia a dia é uma maneira de contribuir para a redução da poluição nessas regiões e assegurar a manutenção das diferentes formas de vida aquática.
Ao pescar, junte os restos de peixes, iscas, pedaços de linhas e redes, embale e coloque na lixeira adequada. Além disso, é essencial evitar derramamento de combustível ao abastecer uma embarcação. Jamais despeje combustível em um corpo d’água.
Redação: Fonte-aquicultura-e-pesca