Vídeo: Engenhos de farinha de mandioca: projeto, sonho e trabalho

O projeto de adequação ambiental dos pequenos engenhos de farinha de mandioca, elaborado através do programa SC-rural Epagri, vem sendo implementado desde 2015, nos municípios de Jaguaruna, Sangão e Treze de Maio.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri, Emerson Evald, a partir de 2005 vários engenhos foram embargados pelo órgão ambiental. "Os órgãos ambientais constataram irregularidades que geravam contaminação dos cursos d´água, principalmente pela liberação direta do efluente, como as manipueira", revela.

Segundo o engenheiro, a partir dessa data foi observada a necessidade de adequação ambiental com tratamento adequado aos efluentes. A insegurança jurídica era algo que os produtores enfrentavam na ocasião. "Isoladamente nenhum engenho de farinha havia conseguido o licenciamento, até porque, os órgãos ambientais não tinham segurança em algum modelo de tratamento que fosse eficaz", observa Emerson, que ressalta ainda as parcerias com os órgãos ambientais. "Foi construído uma tecnologia própria, aplicável, aceita legalmente e eficiente no tratamento dos efluentes, possibilitando retirar da clandestinidade ambiental os pequenos engenhos de farinha de mandioca", revela. Oito engenhos de farinha de mandioca pertencentes a agricultores familiares, foram orientados e instalaram o sistema de tratamento proposto.

Região mais produtiva do estado e a Conquista com a licença ambiental

Todo ano, cerca de 10 milhões de quilos de farinha de mandioca são produzidas em Jaguaruna, Sangão e Treze de Maio. A região concentra a maior produção de farinha de mandioca do Estado de Santa Catarina. Aproximadamente 20 engenhos de pequeno a grande porte, e mais de 500 famílias de agricultores, são responsáveis por esta produção.

As licenças ambientais dos engenhos de farinha serão estregues, em ato solene, nesta sexta-feira, 21, no Centro de Treinamento da Epagri em Tubarão. Serão aguardadas a presença do governador Eduardo Pinho Moreira, do secretário da Agricultura e Pesca, Airton Spies, do presidente da Epagri Luiz Ademir Hessman e do presidente do IMA André Adriano Dick.

O engenheiro da Epagri cita uma série de benefícios. "Esta conquista histórica agregará segurança produtiva ao setor; traz a possibilidade dessas famílias terem acesso ao crédito para investirem em sua agroindústria; incentiva edificação de novos engenhos e mantém a atividade de produção de farinha de mandioca na agricultura família, evitando que apenas as agroindústrias dominem este setor".

Ambientalmente é o fim da emissão dos efluentes sem tratamentos em cursos d'água, que em muitos momentos gerava morte de peixes e descontentamento da comunidade; Uso com segurança do efluente manipueira nas lavouras como fonte de adubo;

Socialmente traz o resgate de uma atividade tradicional na região, passada de pai para filho por gerações, trabalhada desde os primeiros imigrantes açorianos. Mas, nos últimos anos, viu seu número de engenhos cair vertiginosamente (da década de 90 até os dias de hoje, o n° de engenhos foi reduzido em mais de 80% só na região de Jaguaruna/Sangão). O projeto teve a coordenação da Epagri em parceria com o IMA - Instituto do Meio Ambiente (antiga Fatma), AIMSC - Associação das Indústria de processamento de Mandioca da Santa Catarina e apoio das prefeituras municipais. Os valores investidos para adequação por parte do programa SC Rural/Epagri - R$ 400.000,00 recurso não reembolsável (fundo perdido) e mais o particular um milho e cem mil reais. No site do Folha Regional tem um vídeo produzido no período de implantação do projeto.

 

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