A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) iniciou nesta quinta-feira, dia 2, o levantamento dos prejuízos causados pelo ciclone extratropical na região Sul do estado. Os danos ainda estão sendo contabilizados, mas já é possível prever que as culturas mais atingidas foram as plantações de banana.
“Ainda não sabemos dizer quantos hectares ou produtores foram atingidos. Por conta do vento, nossos escritórios na região também tiveram problemas com falta de energia e internet. Então os relatos começaram a chegar para nós nesta quinta-feira”, explicou o coordenador regional da Epagri para Criciúma e Araranguá.
Os bananicultores que apresentaram maiores prejuízos até o momento possuem propriedades em cidades em direção ao Extremo Sul de Santa Catarina e também os municípios localizados próximo da encosta da Serra. “Tivemos registros de estragos significativos em Jacinto Machado, Praia Grande, Siderópolis, Treviso, Lauro Müller e Nova Veneza. A banana geralmente é produzida em regiões de morro, ou seja, em locais onde os ventos foram mais fortes”, disse o gerente da Epagri.
Com os estragos nas bananeiras, o preço da banana também pode ser afetado nos próximos meses. “Muitos cachos foram perdidos e não só aqui na nossa região. No Norte de Santa Catarina, onde tem uma produção grande, também foi a mesma coisa. Talvez mais para frente os mercados consumidores precisam buscar a fruta em São Paulo e isso afeta o valor”, analisou Borba.
Impactos também em outras atividades agrícolas
Mas os impactos negativos não foram exclusividade dos bananicultores. Outros setores também tiveram prejuízos. “Houve impacto nos aviários, com alguns destelhamentos. Algumas propriedades de produção de leite, como ficaram sem energia, tiveram dificuldades para realizar a ordenha dos animais e armazenar o leite. Alguns abrigos de mudas foram atingidos, como maracujá e hortaliças, além de estragos em galpões e casas dos produtores”, afirmou.
Por outro lado, outras culturas escaparam de ter danos maiores. “Nesta época do ano, boa parte do que é plantado na nossa região já foi colhido, como arroz, feijão, molho. A banana, como tem produção o ano inteiro, sempre corre o risco de sofrer os impactos do clima. Por outro lado, é uma cultura que se recupera rápido”, afirmou Borba.